A ferida da alma e o corpo afetado
Isto aconteceu há muito tempo, quando avistamos este lindo e pequeno planeta azul, quando ouvimos um lamento e quisemos trazer nossa luz para aliviar esta dor no mundo. Nós incorporamos esta dor ao encarnar aqui, e também trazemos a luz para curá-la em nossa vida e a nossa volta.
Qual a dor que carregamos? O medo da fome, da aniquilação, da loucura, da rejeição, do abandono, do aprisionamento? São muitas as dores do mundo...
Vida após vida, esta dor nos marcou, e esquecidos de nossa luz nós fizemos dela nossa realidade, nós projetamos mais e mais desta dor a nossa volta. Até um dia de despertar. Um dia de nos reencontrar com nossa verdadeira realidade, divina, amorosa, e empreender uma longa jornada de cura até este momento.
Se você lê está lendo este post agora, é por que provavelmente você está vivendo seu caminho de volta à casa do Pai, a sua luz divina. Muitos de nós neste momento planetário estamos empreendendo esta bela jornada, de muitas formas.
Nesta trajetória não há como driblar a dor de nossa ferida da alma. Vamos encontrá-la, vamos atravessá-la, inúmeras vezes. Vamos tocá-la, senti-la, vivê-la, conhecê-la em suas nuances, e aos poucos iremos nos desprender dela, trocar a casca, a pele, e renascer.
Esta dor é um lamento da alma, mas também se encontra localizada em nosso corpo. Algumas vezes é invisível, outras vezes se manifesta de forma visível e estigmática. Pode ser silenciosa por quase toda a vida, pode despertar em alguns ou muitos momentos de nossa existência.
Podemos conhecê-la e compreendê-la com o tempo e nosso aprendizado. Podemos vivê-la sem nada compreender sobre ela. É algo que pertence a cada um, que machuca e fere, e também ensina e ilumina. Pode ser um ponto vulnerável, onde somos atingidos nos momentos de crise.
Eu carrego uma dor assim em meu corpo. Uma dor que a medicina não compreende, que pode ser absurdamente violenta, mas que na grande maioria das vezes é suportável. Foi só recentemente que a compreendi como minha ferida da alma, que pude entender sua jornada em minha existência, e não houve como não me comover, como não ter também gratidão por esta lembrança, mesmo que amarga, que me acompanha, e me chama ao despertar.
Esta dor é também meu ponto vulnerável. Como sou médium, se passo por algum ataque espiritual, ela é acionada. Neste momento ela funciona como um alerta, é como um alarme que indica perigo! Desta forma aprendi a lidar com a dor de forma positiva, e com o trabalho de limpeza de São Miguel, posso limpar a carga negativa no momento em que ela acontece.
Posso dizer que reconheço uma energia negativa para mim de três formas diferentes: por uma intuição, por sonhos ou pela dor. São os meios da espiritualidade me avisar do perigo que corro em algum momento.
Quando sinto a dor e faço o trabalho de limpeza imediatamente, a dor também passa quase imediatamente. Se eu demorar a realizar o trabalho de limpeza, a dor se estabelece no corpo sutilmente e precisarei de alguns dias e medicamentos para que ela cesse totalmente.
Já aconteceu desta dor vir de forma cruel e violenta, e eu não conseguir limpá-la, mesmo sentindo o apoio espiritual ao meu lado. Percebi que carmas meus e familiares estavam sendo expurgados desta forma. Intuitivamente eu recebia a informação para aguentar firme e ter força, pois a dor iria passar.
Outras vezes percebi que a dor vinha para que eu ajudasse alguém muito próximo a mim, como um parente em ataque espiritual, naquele momento precisando de ajuda. Com o trabalho de limpeza de São Miguel, eu podia ajudar meu parente e a mim mesma.
Assim, a dor também se tornou uma aliada no trabalho espiritual. Não peço por ela, não a desejo, não peço que a espiritualidade me avise através dela, ou eu seria masoquista! Simplesmente acontece, é ainda meu ponto de vulnerabilidade, e sei que cresço com ela, torno-me mais humilde, mais compassiva, e sei que este é o fio que me liga a minha missão na terra, à dor do abandono que vim curar em mim mesma e no planeta.
Ana Liliam
Comentários
Postar um comentário